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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

COPO AMERICANO OU COPO LAGOINHA?


O bairro Lagoinha, localizado na região noroeste de Belo Horizonte ficou famoso nas décadas de 1960 e 1970, por ter se tornado o primeiro bairro suburbano da capital e também por ter dado nome a um dos copos mais usados no Brasil.

Antigamente a região era pantanosa e cercada por várias lagoas, o que possivelmente explica o nome dado ao bairro. Formado principalmente por imigrantes europeus trazidos na época da construção da capital, a Lagoinha ainda é habitada por algumas famílias remanescentes dos antigos colonizadores. Por causa delas, durante muito tempo o local ficou conhecido como cantinho da velha Itália em Minas.

Os últimos boêmios de Belo Horizonte não se esquecem da velha Lagoinha, um bairro de limites difusos, mas de características marcantes. Escondida pela rodoviária, cortada por viadutos e radicalmente transformada com a chegada do trem metropolitano, a Lagoinha, de 15 ou 20 anos atrás, era reduto de seresteiros, dançarinos e amantes da noite de Belo Horizonte. Ali, a menos de um quilômetro do Centro, vivia à margem da capital, com seu comércio agitado, os botequins sempre abertos e cheios, suas pensões, o ribeirão Arrudas, o mercado, as farmácias, os camelôs, as delegacias, o barulho do trem do subúrbio e cinemas.


O cinegrafista e jornalista William Félix da Cunha, 44 anos, e sua colega, a atriz e locutora Mitsi Coutinho resolveram contar através de um documentário, a influencia que o bairro exerceu sobre o copo americano, que anos mais tarde passou a ser chamado de copo lagoinha por todos os belo-horizontinos.


O desafio, Segundo o jornalista, está em saber como e porque um simples utensílio doméstico passou a ser referenciado por um bairro histórico da capital mineira. “Acredito que isso aconteceu por ser uma região bastante frequentada por operários e boêmios que participaram da construção da capital, já que o copo americano é um copo usado por pessoas de baixa renda”, disse William.


O projeto do documentário já está em fase de desenvolvimento, e segundo Willian Félix, o objetivo é ouvir pessoas da capital, moradores do bairro, historiadores, e se possível algum representante da fábrica Nadir Figueiredo em São Paulo, proprietária do copo americano para tentar resgatar a verdadeira história do tão famoso copo lagoinha.

Ouça a entrevista com o jornalista William Felix


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2 comentários:

Flavio disse...

COPO LAGOINHA
BH, 07/07/2009
Gostaria de prestar um esclarecimento sobre as origens do famoso “COPO LAGOINHA”.
Primeiramente gostaria de destacar que tenho 60 anos e minha mãe Yolanda (94 anos), sendo que ela morou com sua irmã Carmelita Silveira Vaz de Mello, casada com Joaquim Séptimo Vaz de Mello, por muitos anos na Av. do Contorno esquina com a Praça da Lagoinha, na casa ao lado do conceituadíssimo Armazém Vaz de Mello, que foi de propriedade de Guilherme Ricardo Vaz de Mello (e seus filhos), mais conhecido como “BEDECO”. Consultando alguns parentes, e por conhecimento pessoal, nunca tivemos noticia de fábrica de copos de vidro neste bairro, daí estes esclarecimentos.
A ponte sobre o Ribeirão dos Arrudas, que aparece na foto de família mostrando a praça com a linha de bonde, a linha do trem Central do Brasil, uma carroça de leite na porta do armazém (à direita), era conhecida no inicio do século XX, como ponte do “Seu Bedeco”, pois ele era um grande comerciante naquele local, e tornou-se conhecido por sua bondade e benemerência, além de ser um comerciante exemplar.
No ano de 1935, O Prefeito Octacílio Negrão de Lima, através de decreto deu a praça o nome de Coronel Guilherme Ricardo Vaz de Mello, em sua homenagem.
Precisamente neste armazém, meu Tio Quimquim, filho de Guilherme Ricardo, referido acima, vendia os copos da Nadir Figueiredo, que nunca foram fabricados em Belo Horizonte, mas de excelente qualidade, e conhecidos como copos Americanos.
Meu tio era muito brincalhão e batia com os copos sobre a bancada do armazém, às vezes até na beirada de bancos e meio-fios, e demonstrava que os mesmos não se quebravam.
Após o fechamento do armazém, nos anos 1950, ali se instalou um Bar em que muitos freqüentavam, tendo recebido por um primo, Fernando Vicente Vaz de Mello, o nome de Bar Maracanã. Neste bar, os copos americanos eram largamente usados para se beber a cerveja, pois eram de fácil limpeza e nunca se quebravam.
Dizem os antigos freqüentadores que nesta época é que muitos começaram a usar o nome de COPO LAGOINHA, homenagem merecida ao bairro e a praça, de tantas glórias e paixões.
Nesta época a boemia era grande e a praça era toda comercio e centro irradiador para a zona Norte de Belo Horizonte, onde passavam os bondes que levavam os trabalhadores para as suas casas. Na praça haviam muitas casas comerciais e podemos citar a Casa das Chaves, Padaria Japonesa, Sapataria Sucuri, Farmácia Irmãos Diniz, Farmácia Vaz de Mello, entre outras. Na Av. Contorno tinha o Cinema São Geraldo, na Rua N. Sra. Fátima, o Cine Mauá, entre Av. Contorno e a N. Sra. De Fátima, tínhamos a Feira dos Produtores disputadíssima por todos. O bairro fervia de dia e à noite. Eram os bons tempos.
Ficam aqui alguns esclarecimentos.
Flavio Edenlar P. Silva – BH – MG (flaviomelao@hotmail.com)

Unknown disse...

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